Costa Cesar

Mulheres Costa Cesar: as histórias, desafios e conquistas de Ligia Costa e Renata Cesar

Inspiração

Aproveitamos o Dia das Mulheres para mergulhar na história de duas pessoas sem as quais a Costa Cesar não existiria: a nossa CEO Renata Cesar, e sua filha e COO da empresa, Ligia Costa. De como tudo começou na empresa aos desafios atuais de ser mulher empreendedora, conheça a perspectiva das duas mentes femininas por trás desta companhia que hoje é uma das referências quando o assunto é imóveis de alto padrão no Guarujá.

 

Ligia Costa é paulistana da gema, tem 36 anos e ama viajar, fotografar e dançar. Já foi fotógrafa de grandes nomes do surfe nacional, como Gabriel Medina, e participou de grandes festivais de música pelo mundo. Hoje se divide entre os papéis de esposa, mãe do Pedrinho (de apenas 01 aninho de idade), esportista e diretora operacional da Costa Cesar.

Ligia, conte um pouco da sua trajetória profissional.

Bom, eu trabalhei muitos anos em empresas de marketing e grandes agências de publicidade. A experiência mais marcante, em vários sentidos, foi no marketing do Banco Itaú: foi onde eu desenvolvi melhor esse meu lado de gestão de equipe, mas também foi um momento difícil. Eu era muito jovem, tinha muitas responsabilidades e acabei sendo levada a um burnout, coisa que eu nem sabia o que era na época.

De repente, me vi com vitiligo no rosto, crises de pânico e insônia. Foi quando eu decidi me mover e mudar de verdade. Me conectei com outros interesses e vontades e foi aí que a Costa Cesar passou a fazer parte da minha vida cotidiana.

Como foi este começo de trabalho com a sua própria mãe?

Bem sutil, na verdade. A empresa estava começando e minha mãe ainda fotografava as casas com o celular dela ou aquelas câmeras Cybershot, sabe? Ela não sabia como descarregar as fotos no computador e me pedia ajuda, e assim eu fui começando: montava alguns e-mails e disparava para clientes, ajudava com contratos e a parte operacional, como motoboys e etc.

Eu via o potencial da minha mãe e do próprio mercado, então o meu interesse em fazer parte da empresa surgiu desta necessidade de profissionalizar o negócio. Percebi que podia estar próxima dela, da minha família, e ainda trazer a bagagem do que tinha aprendido na faculdade e em outras empresas.

E quais os desafios você enxerga em ser uma mulher empreendendo no ramo de imóveis de alto padrão?

Hoje eu vejo mulheres no comando e na intermediação de grandes negócios, onde as pontas (compradores e vendedores) são muito poderosas, e eu sinto que isso gera um certo receio nas pessoas e no mercado.

É um desafio a ser vencido, pois ainda existem muitos medos de questões que foram impostas a nós durante a vida, por exemplo, que mulher não é para estar na mesa de negócios, tomando decisões, que nosso lugar é fazendo outras coisas, cuidando da casa, filhos, cozinhando, enfim… Então existe essa barreira a ser vencida, essa sensação de incapacidade. Pessoalmente, também é um desafio grande conciliar minha vida profissional com a minha família, principalmente agora com um filho pequeno, casa, marido… A autocobrança em responder bem a todas essas expectativas.

Mas acho importante dizer que muitos desafios já foram vencidos e hoje temos uma circulação muito bacana de mulheres nesse meio. Estamos conseguindo lidar cada vez mais de igual para igual, mesmo este mercado sendo predominantemente masculino, repleto de homens com alto poder aquisitivo, estudiosos, que tiveram a oportunidade de fazer dezenas de cursos. É um pouco assustador, mas estamos chegando lá e isso é uma grande conquista.

E o que você considera como vantagem em ser mulher nos dias atuais?

Acho que a mulher tem uma capacidade de enxergar as coisas com mais empatia e sensibilidade, e isso é muito bom para os negócios. Temos mais cautela, mais paciência para que as coisas amadureçam e aconteçam. Talvez isso seja pela nossa própria característica em lutar sempre por tudo, saber esperar os momentos certos. Somos resilientes.

Também considero uma vantagem que estamos construindo mais redes de apoio. De mulheres que têm os mesmos interesses, as mesmas dificuldades. É bom ter com quem dividir problemas, chegar a novas soluções, e estamos cada vez mais segurando na mão umas das outras para seguir em frente com mais força, determinação e assistência.

 

Renata Cesar nasceu em São Paulo e tem 63 anos de muita energia e determinação. Gosta de estar perto da natureza, seja numa trilha, numa caminhada à beira-mar, ou num passeio de barco. Chegou a cursar Direito na faculdade, mas não concluiu, sendo desde muito cedo atraída para o mundo comercial. Trabalhou no balcão da loja de roupas do marido, e depois foi por anos vendedora na Artefacto, loja de design e construção de mobiliário de alto padrão que foi a sua porta de entrada para conexão com design, arquitetura e etc.

Renata, conte um pouco de como foi sua transição de vendedora de loja para o mercado imobiliário

Trabalhando na Artefacto, eu passei a me interessar um pouco pelo mercado imobiliário, pois tinha contato com muitas pessoas que estavam adquirindo casas novas, decorando e etc. Tive uma cliente chamada Helena, que se tornou minha amiga e madrinha nesse mercado, e me convidou para trabalhar na pequena imobiliária que ela tinha no Alto de Pinheiros, em São Paulo.

Eu aceitei o convite e passei a ser responsável pela captação das casas. Fazia esporte e trabalhava ao mesmo tempo, rs: colocava um tênis no pé e ia caminhar pelo bairro, tocando campainhas, falando com guardinhas na rua para tentar angariar novos imóveis para venda e locação.

E quando surgiu a ideia de empreender e fundar sua própria imobiliária?

Eu já trabalhava há muito tempo no Alto de Pinheiros e um cliente específico tinha escutado sobre um desenvolvimento imobiliário em Iporanga. Ele queria participar, ter uma casa na praia, então eu fui lá tentar entender o mercado e conseguir um imóvel para ele.

Percebi um potencial enorme ali no Guarujá: local preservado, pertinho da cidade, lindo, cheio de natureza, com muitos lotes a serem vendidos e casas sendo construídas. Eu sempre gostei de estar perto do mar, tinha um apartamento alugado na Praia de Pitangueiras, então a oportunidade e intuição se uniram.

Mais ou menos ao mesmo tempo, eu já sentia que o mercado em São Paulo estava um pouco saturado. Infelizmente, Helena faleceu e eu percebi que seria engolida pelo mercado, pelas grandes imobiliárias, se continuasse trabalhando ali sozinha. Decidi então mudar meu foco e passar a trabalhar no litoral, que até combinava mais com meu estilo de vida. E isso já foi há mais de 20 anos! Deu certo!

E para você quais são os desafios em ser uma mulher empreendendo no ramo de imóveis de alto padrão?

Eu venho de uma geração que era mais feeling e menos informação. Eu não tenho um passado de estudos como é o caso da Ligia, por exemplo. Então às vezes sinto falta desse repertório teórico do mercado imobiliário, ou de marketing mesmo, escrever e-mails incríveis, comunicar com novas tecnologias e tal. São assuntos distantes da minha realidade. A minha experiência é muito mais voltada para comercial, é o que eu sei e gosto de fazer. Não corri muito atrás de me profissionalizar através de estudo, faculdade e etc, até porque na minha época esses assuntos não eram vistos como requisitos para uma mulher bem sucedida. Mas, tirando isso, eu me saio bem, sei como fazer brilhar as minhas qualidades, rs.

E o que você considera como vantagem em ser mulher nos dias atuais?

Olha, eu sou uma pessoa de muita garra e muita fibra, e acredito que isso vem do meu caminho e história como mulher: tendo criado as minhas filhas como mãe solo, vivendo na pele as dificuldades de tomar decisões sozinha e tudo o mais. O que eu sou hoje é resultado de um caminho de muita luta que enfrentei na condição de mulher e isso me trouxe qualidades que tenho orgulho de ter e vejo como vantagem para a minha vida, não só nos negócios, mas na pessoal também, com a minha família.